domingo, maio 31, 2009

Wilson Simonal; das paradas ao paredão (texto originalmente publicado na coluna Teatro & Cidade do site www.noticiacapital.com.br)


Wilson Simonal; das paradas ao paredão
Sáb, 30 de Maio de 2009 19:02


"Se não podes agradar a todos com tuas ações e tua arte, tenta agradar a poucos. Agradar a muitos é ruim.”
Friedrich Schiller (1759-1805)

O totalitarismo foi o regime mais combatido e o mais recorrente na história do século XX. Numa tentativa de reconstruir a idéia de império, nações, malucos e fanáticos se lançaram na ambiciosa tentativa de dominar; fosse um quinhão de terra, fosse um continente, fosse a cabeça de um povo.

No pertinente livro de Elias Canetti, Massa e poder, o autor faz um estudo de como nos juntamos em bandos diferenciados de acordo com a hecatombe, com os interesses, com as necessidades. O homem é um animal de bando, como as ovelhas, os búfalos, as formigas. Todos que tentaram remar contra a maré foram atropelados, com raras exceções que, como sempre, confirmam a regra.

O golpe militar, em 64, veio junto com um momento em que as artes brasileiras, até mesmo pelo incentivo ao caráter contestatório de boa parte de suas manifestações, explodiram em talentos e pequenas revoluções estéticas que, juntas, mudariam o panorama das artes no país.

Nesse período surge Wilson Simonal. Um excepcional cantor, embalador de multidões, que só dividia em sucesso, seu espaço, com Roberto Carlos e Pelé; em sua época.

O filme Simonal – ninguém sabe o duro que dei, do humorista baiano Claudio Manoel (juntamente com a dupla Calvito Leal e Micael Langer), consegue acertar em vários aspectos ao tratar da carreira do cantor e da ascensão e queda de Simonal em plena ditadura brasileira.

Com efeitos de animação muito bons, coadunados com a estética do período, entremeando entrevistas e depoimentos, o filme nos mostra o impacto que Simonal causava na imprensa e na platéia. Há um momento marcante onde, num Maracanazinho lotado, vemos uma platéia delirante ao som de “meu limão, meu limoeiro”. É evidente a necessidade de libertação daqueles corpos, presos a uma ditadura que impunha regras estúpidas e violentas, cerceando a liberdade de expressão e de pensamento.

Fenômeno pop, Simonal gravou e cantou com as principais estrelas do país, chegou a fazer um dueto com Sarah Vaughan, e viajou ao estrangeiro com imenso sucesso e repercussão. Criou a “pilantragem”, e várias expressões que se tornaram moda, citadas em gravações como a de “Parque industrial” (Tom Zé) no disco Tropicália, e o famoso “Patropi” que ele inseriu na música de Jorge (ainda) Ben, ao omitir as últimas vogais da famosa canção do compositor.

O filme é imparcial tratando de um momento de polarização, como diz Ziraldo, no filme, e o Brasil se dividia entre bons e maus. Os que não se encaixassem sofriam dos dois lados. Basta ver o caso dos tropicalistas, exilados pela ditadura e considerados alienados pela esquerda, que no mesmo Pasquim que picharia Simonal como dedo-duro, eram apelidados de baihunos.

Muito mais preocupado com o sucesso – apesar de seus momentos de inegável e louvável contestação racial – Simonal queria era rosetar. Carrrões, mulheres, festas, era um playboy circulando pelo Rio de Janeiro. Mancomunado com Carlos Imperial, que não era propriamente o exemplo de um homem santo, vivia gastando, gastando, até que viu que o buraco – em sua conta – era mais embaixo. E a grande reviravolta na carreira de Simonal se deu da seguinte forma. O cantor, com raiva de seu contador – na versão de alguns pela desonestidade deste, na versão do contador porque ele havia sido demitido e tinha posto Simonal na justiça com uma causa trabalhista – resolve dar uma surra, na calada da noite, e forçar o contador a assinar uma carta declarando ser desonesto e ladrão.

Quem faria o serviço? Um pessoal do DOPS, que ele, famoso e bem-relacionado, conhecia, ou teve acesso pelo seu status. O DOPS, polícia especial da ditadura, representava o diabo em pessoa. Truculento, usava a tortura, a perseguição, os meios mais baixos pra interrogar as pessoas, matando muitos brasileiros que contestavam esse período nefasto do país.

Explicações de um lado, indiciamentos do outro, imprensa marrom, sensacionalismos, tentativas equivocadas de livrar a cara de Simonal e pronto; estava armado o circo onde Simonal pegaria fogo junto. Virou dedo-duro, espião da ditadura, entreguista.

A esquerda brasileira, através de seus meios de comunicação e do boicote aos xous e participações do cantor, fez uma ferrenha campanha pra demolir o cantor. Era um alvo fácil, pois a “futilidade” de sua música, aliada ao sucesso que sempre incomoda, foram pratos cheios para o Pasquim, por exemplo, cair de pau em cima do cantor.

Patrulha ideológica. Assim era chamada a ação das pessoas de esquerda do Brasil quanto às atitudes de jornalistas, escritores, artistas, celebridades da época. Qualquer deslize e pimba, ostracismo nele. Antonio Carlos & Jocafi, só pra citar um exemplo, uma dupla de sambistas de primeiro time, sumiu de repente depois de declarações e fotos ao lado de Médici. Simonal sumiu também.

Como bem disse Mário Prata, não anistiaram Wilson Simonal. Ele se tornou persona non grata em todos os meios artísticos, e ninguém teve colhão de ficar do seu lado, ou lhe dar apoio, com medo – justamente – de cair em desgraça e ser mais um patrulhado a se arruinar perante a esquerda.

Glauber Rocha, que elogiou Geisel ao perceber a possibilidade da “abertura” (lenta e gradual – tão lenta e ainda com tantas gradações), foi um dos últimos ícones a serem execrados pela esquerda do período.

O filme merece e deve ser visto. E tira-se dali uma lição. Nenhuma forma de totalitarismo é boa.

A ditadura foi tenebrosa, em todos os sentidos que poderíamos pensar, mas a esquerda do período – por uma necessidade de radicalização que sentia – acabou por destruir carreiras sem nem se preocupar com o futuro delas. A imprensa é sempre assim. Picha alguém, mas se esse alguém se mostra inocente, o espaço na mídia é 99% menor. Ninguém faz campanha pra reerguer um homem. Só pra derrubar.

A esquerda diz que tomou o poder. Meu pensamento de esquerda não é esse que está aí, mas tudo bem. Suponhamos que a esquerda esteja no poder. Entrou chutando portas, se vingando de quem mandava antes, favorecendo amiguinhos, comparsas, empregando famílias inteiras e facções inteiras – a despeito da competência – em cargos públicos. A máxima “se hay gobierno, soy contra” parece se encaixar como uma luva quando percebemos que o poder corrompe e que pra se chegar lá tem que se ter muito pouco caráter e muita esperteza.

O filme tem que ser visto. Os militares cometeram o grave erro de estragar os planos de um país cheio de esperança, matando gente e pensamento. Simonal errou, em sua atitude truculenta e irresponsável, morrendo no ostracismo, como um fantasma do que ele foi um dia. A esquerda errou na oposição e continua errando – pior ainda – no poder. Mas três indivíduos, Claudio Manoel, Calvito Leal, e Micael Langer acertaram nesse retrato do Brasil e nessa metáfora de que o totalitarismo, a opinião da maioria, e os partidarismos só conseguiram levar a humanidade a um lugar: ao paredão.

segunda-feira, maio 25, 2009

TEATRO NU RÁDIO


Não percam hoje, 25 de maio, a entrevista de Gil Vicente Tavares, às 18hrs, na rádio Transamérica (FM 100,1)!

quinta-feira, maio 21, 2009

Nós, animais da escuridão... (texto originalmente publicado na coluna Teatro & Cidade do site www.noticiacapital.com.br

Nós, animais da escuridão
Qua, 20 de Maio de 2009 22:27

Há uns cinco anos, eu me reunia na casa da atriz Joana Schnitman com Andréa Elia, Celso Júnior e Carlos Betão para lermos a peça de Juan Mayorga Animais noturnos. Tempos antes, havia recebido um e-mail de Jorge Silva Melo, encenador português, onde ele dizia que acabara de ver uma estréia em Madrid e, ainda em espanhol, me enviou um texto que ele achava que eu ia gostar. Era o texto de Mayorga, que depois consegui em tradução portuguesa, enviada pelo próprio Jorge.

O tempo passou, e depois de algumas tentativas frustradas de criar um grupo ou núcleo onde pudéssemos pesquisar dramaturgia contemporânea, novos autores, e focar a encenação no trabalho do ator, fundo o Teatro NU com Jussilene Santana.
Estreamos no palco com Os amantes II, texto meu, com Carlos Nascimento e Carlos Betão, remanescente daquela leitura, e que viria a ser parte integrante de todo o processo do Teatro NU até hoje.

Segundo projeto? Não tínhamos um segundo projeto, tínhamos “segundos projetos”. Dentre eles Animais noturnos, de Juan Mayorga.

Isso era em 2006. Inscrevemos o projeto em editais do Governo Estadual e do Governo Federal, aprovamos o projeto em leis e, nestes três anos, fomos reprovados e ignorados em todos os âmbitos, com justificativas como a de um edital da Fundação Cultural do Estado que questionava a relevância artística de se montar um texto espanhol em Salvador e trazer o autor pra falar de sua obra (sim, ele viria).

Ora, Salvador teve estréias nacionais de grandes autores. A Escola de Teatro da UFBA traduzia e montava o que de mais interessante se produzia no mundo e era pioneira – muitas vezes – em relação à dramaturgia produzida fora daqui. Diretores curiosos e ousados buscavam coisas recentes de fora pra serem montadas na cidade.

Isso trazia uma renovação, um diálogo constante, puxava o foco de atenção, automaticamente, pra produção local, e servia como um processo de reciclagem. Era uma forma de Salvador se relacionar com o resto do mundo e com o sul maravilha de igual pra igual.

A coisa foi se esvaindo, e um Ewald Hackler, com um atraso incrível (antes era o contrário com ele, que revelava autores de fora pro Brasil) monta uma Yasmina Reza ou um Athol Fugard, Fernando Guerreiro monta um Ravenhill, enfim, peças de décadas anteriores chegam pra gente num intervalo cada vez mais espaçado, com um atraso imenso, como se estivéssemos à margem da produção mundial.

Mas estamos à margem da produção mundial, sim. E não porque queremos, mas porque os poderes públicos, a classe teatral, em sua maioria, e as empresas querem que assim seja. Não se olha para o contemporâneo com olhos inteligentes. O que de contemporâneo possa ser de interessante a estes é ligado a movimentos sociais, assistencialismo e contrapartidas, ou experimentalismos egoístas de artistas atrasados esteticamente que acham que fazem novidade. Digo egoístas porque, ao contrário do que deveria ser, as pessoas fazem teatro, na maioria das vezes, em Salvador, pra satisfação pessoal e pra se realizar. Não se preocupam em fazer algo que, questionando a sociedade, seja uma obra que possa dialogar com ela e que tenha vida longa. Parece que há uma resignação em se montar algo, ficar um ou dois meses em cartaz, depois se voltar ao dia-a-dia, sem alimentar uma carreira do espetáculo e daquela estética pesquisada, estudada e realizada no palco.

Estamos para trás na dramaturgia, e é ela que dialoga com as encenações, ao contrário dos que pensam estar revolucionando e rompendo com o teatro caduco e empoeirado fazendo peças que são pastiches da década de 70, com menos profundidade e sem nenhuma ambição maior no seu objeto artístico; e subestimando a dramaturgia.

Dentro deste panorama, o Teatro NU tenta dialogar com o que se produz fora – sem esquecer o que se faz aqui (basta ver que montamos duas peças autorais e estamos com um projeto ligado à dramaturgia baiana) – mas dá com os burros n´água.

Por menor que isso possa parecer, nossa montagem de Animais noturnos seria a primeira montagem no Brasil de uma peça de Juan Mayorga, segundo disse o próprio e, obviamente, seria a primeira montagem no Brasil da peça Animais noturnos. Por menor também que o foco fosse, ele se desviaria do eixo-sul pro Nordeste, seria uma forma de podermos estar inseridos na imensa rede que interliga países, grupos e artistas que estão num caminho e numa busca parecida pelas trocas, pelas idéias, pelas estéticas, por um contemporâneo real, sólido, palpável.

Não será mais. Juan Mayorga, que anunciou que não poderá vir pra um encontro sobre dramaturgia que estamos organizando, acaba de nos dizer que uma montagem de Animais noturnos acontecerá em setembro. Aonde? Em São Paulo, lógico. A Bahia não poderia estrear nacionalmente um autor de renome internacional. Mesmo que quisesse, como nós tentamos. Ficamos à mercê de comissões medíocres, de mentalidades tacanhas, e continuamos oprimidos por um comportamento que, fechando as portas pra possibilidades que fujam do coleguismo, dos favorecimentos, do folclorismo, da mesquinhez que se agiganta na cultura soteropolitana, fica ensimesmado em sua mediocridade e achando que está entre o que há de mais novo e inusitado. Afogamo-nos em nossa cegueira, em nossa mediocridade, em nossa falta de visão.

Resta-nos ir pra São Paulo assistir teatro. Resta-nos curtir com ares de reverência as montagens que vem de fora, como se não fôssemos capazes de realizá-las aqui, como se nossos grandes profissionais não pudessem – e podem – realizar tal empreitada. Resta-nos correr atrás dos clássicos – antigos e contemporâneos – que vem pra cá, mas que não podem e nem são mais montados aqui.

E resta, a mim, tentar, de alguma forma, montar a peça ano que vem. Como um mero repetidor do que o sul maravilha fez primeiro. Como província que somos. Como marginal que sou.

GVT.

domingo, maio 10, 2009

texto originalmente publicado na coluna Teatro & Cidade, no site www.noticiacapital.com.br

Padrão de Qualidade
Qui, 07 de Maio de 2009 15:16

Recentemente, tenho feito duas perguntas a pessoas próximas, para confirmar uma idéia que vem me perseguindo. Primeiro, pergunto à pessoa qual foi o último filme em que a pessoa pensou consigo mesma “que elenco ruim!”. Todas respondem que não se lembram, que é um fato geralmente imperceptível num filme. Logo após, pergunto qual o último espetáculo baiano em que a pessoa pensou consigo mesma “que elenco bom!”. Todas respondem que não se lembram, que é um fato geralmente imperceptível num espetáculo baiano.

A conclusão é muito simples. Num filme, se trabalha com um padrão de qualidade, se pensa um elenco de profissionais que tenham capacidade de realizar o que o roteiro e o diretor pedem. Há uma preocupação com o retorno da crítica especializada – que às vezes realmente é especializada e entende de cinema, por incrível que pareça – bem como há uma preocupação com festivais, e por fim, com a apreciação do público comum, que pode não entender de cinema, mas é pra quem, geralmente, os filmes são feitos (digo geralmente porque há aqueles filmes feitos pra festival, feitos pra ganhar dinheiro público, e/ou que somem por falta de uma distribuição digna ou por falta de interesse e investimento da produtora associada ao diretor).

Essa preocupação com o padrão de qualidade é mais do que válida, ela é fundamental para se conquistar um público, para transmitir confiança ao público de que ele vai sair de sua casa e ver algo que não seja tosco, malfeito e mal produzido.

No cinema brasileiro, esse padrão já cai de qualidade por vários aspectos. Inexperiência da equipe, falta de conhecimento e aparelhagem técnicos, falta de recursos pra contratar os profissionais devidos; e um pouco de soberba, também. Com isso, a maioria dos filmes brasileiros não exclui de sua realização a ambição de ter uma qualidade e uma boa aceitação, e muitas vezes o insucesso se deve a escolhas erradas, falta de visão, bem como tudo (e algo mais) que citei acima.

No teatro baiano, a coisa complica sensivelmente. Há no comportamento das pessoas de teatro, ao redor do mundo, aquela idéia de comunidade, um resquício do desbunde que faz todos se acharem lindos, se juntos por uma empreitada só.

Ora, por trás disso há um forte componente amador, diletante. Criou-se um preconceito com a palavra amador, e isso fez com que ninguém mais se autodenominasse assim nos grandes centros. Mas a simples união de pessoas que querem fazer teatro juntas, por boa vontade, ideologia, afinidades estéticas e desejo não se configura, necessariamente, num grupo profissional de teatro. Bem como pessoas que são capazes de elaborar projetos profissionais não são necessariamente profissionais de teatro.

Parece não haver uma preocupação com o público. Assim como qualquer um pode dizer que faz teatro profissional, ocupar a pauta de um teatro de renome e cobrar ingresso, ao mesmo tempo deixa-se na platéia aquela sensação de que o teatro profissional feito aqui é amador.

O mínimo que um espetáculo que entra no “circuito oficial” pode ter é um elenco uniformemente bom, uma estética que não pareça que se aproveitou lençóis e roupas da casa da avó, e uma consistência cênica. O espetáculo pode não ser bom, e é possível até que o espetáculo amador possa ser melhor, mas a questão não é o acerto do artista, pois todo grande artista pode fazer algo ruim. A questão é que sem uma preocupação mínima com o padrão de qualidade do que se apresenta, acabamos lançados à sorte de ter uma platéia que não confie nos nossos profissionais.

O fato de cem pessoas saberem tocar instrumentos sinfônicos não fazem delas uma orquestra. Há um estudo, um preparo, um apura técnico e, é óbvio, talento. De um grupo amador pode surgir um ator de talento fenomenal, melhor do que qualquer profissional da cidade.

Mas tenho certeza que o público comum não vai ao teatro pra ver se tem a sorte de encontrar um novo talento. Nem tampouco vai gastar seu dinheiro pra ficar arriscando até acertar.

Há, é claro, todo o lado da falta de leitura, interesse e cultura da sociedade, obtusa e ignorante. Mas nós, artistas, despreocupados com nosso padrão de qualidade – e sem uma devida autocrítica (aliada aos editais e prêmios que legitimam o amador) temos uma boa parcela de culpa por afastar o público das salas de teatro.

terça-feira, maio 05, 2009

Teatro nu e recém-nascido

Passa leve pela vida uma atriz
Se encara a vida como uma viagem.
No sofrimento de uma personagem
É uma, mas é o mundo que se diz.

Se eu interpreto o que eu nunca quis
Apenas atravesso pela margem
Essa navegação de cabotagem
Da profissão que não cria raiz.

É bem melhor a vida ser comédia
Apenas ensaiamos vendavais
Enquanto o mundo ri, com sua brisa.

Felicidade? Não na enciclopédia.
Talvez na vida; urdindo seus natais;
Jussilene... Marcelo... Ana Luísa.



Salvador, 5 de maio de 2005, retroativo ao dia 30...