terça-feira, junho 17, 2008

Carta aberta à FUNARTE

Caros,

Recebo com moderada satisfação a preocupação da FUNARTE em saber a opinião de artistas sobre seus editais. Moderada porque sinto que, apesar de na aparência o governo ser o mesmo, a mudança de gestão na FUNARTE abortou a idéia das câmaras setoriais, interrompendo um diálogo que estava amadurecendo e que teria fortes reflexos no edital que ora vocês lançam.

Não se pode medir talento nem capacidade artística de regiões e estados, ainda mais à distância, mas queria aqui pontuar algumas questões práticas que demonstram claramente o equívoco de distribuição dos valores destinados à Bahia.

Nosso estado tem uma Escola de Teatro (UFBA) de prestígio e renome nacional, com uma pós-graduação – a única – a ter nota máxima (seis) na CAPES. Signifique isso o que for, é uma evidência de competência e produtividade acadêmica e prática, pois ingressam cerca de 50 alunos na graduação e 30 na pós-graduação todos os anos, vindos de vários países e pesquisando assuntos que, em seu resultado final, geram espetáculos consistentes, e poderiam gerar livros importantes para as artes cênicas do Brasil e, até mesmo, do mundo, não fosse o campo editorial baiano um fiasco de produção, circulação e, pior, venda no estado.

Temos, paralelo a isso, uma faculdade particular, a FSBA, que conta com um curso de teatro com renomados professores, alguns que transitam entre a federal e esta, pesquisadores doutores e mestres.

Além do nível superior, temos o Curso Livre da Escola de Teatro da UFBA e cursos profissionalizantes que colocam no mercado, em nível técnico, atores e mais atores todos os anos. Para não falar do teatro de rua, os grupos amadores das periferias, etc.

Academicamente, já conseguimos equilibrar as emigrações e as imigrações. Não temos a utopia de ser um local atrativo para profissionais de outros estados mais abastados e favorecidos, mas tentamos segurar, ao menos, nosso talentos no estado, pra cessar um pouco essa síndrome “pau-de-arara” que assola nossos artistas, que migram em busca de uma remuneração devida e, obviamente, o sucesso e a fama.

Paralelo a isso, chegamos num contra-senso profissional com casas de espetáculo que cobram preços que os artistas locais, em sua esmagadora maioria, não podem pagar. Os investimentos privados são uma piada no estado, e as empresas e instituições não investem culturalmente quase nada em Salvador, quiçá no resto do estado.

Contrariamente a alguns estados nordestinos, a presença do SESC é mínima – não por culpa da gestão local –, não temos centros culturais ligados a bancos, exceção feita a um modestíssimo espaço cultural da Caixa, um casarão sem estrutura técnica suficiente.

As leis de incentivo só chegam, como em outros lugares, para os artistas de caráter mais comercial, com um foco no entretenimento e de reconhecimento nacional. Nossos “atores globais” são as festas, blocos e espetáculos de música axé, que concentram todo o investimento de um empresariado, quase que em sua maioria, insensível às artes. E é bom frisar que os investimentos feitos na área artística trazem em si um significado de piedade, esmola, filantropia, com valores irrisórios.

Esmagados pelos meios de comunicação e a falta da iniciativa privada de apoiar uma cultura diferenciada, ficamos dependentes do estado, seja em nível municipal – que é totalmente inoperante –, estadual, que está se esforçando, batendo cabeça, mas com boas intenções, e a esfera federal, que relegou à Bahia, sem talvez tomar pé da nossa situação, oito prêmios de vinte mil reais e três de cinqüenta mil reais, no atual edital da FUNARTE. O próprio governo estadual percebeu a necessidade de mais verbas e lançou um edital mais digno, cujos valores qualquer um pode ter acesso através do site da secretaria de cultura. E poderíamos elencar, aqui, custos básicos de uma produção que constrangeriam qualquer gestor que os comparasse com a verba disponibilizada por vocês.

Sei que passa pela cabeça dos gestores públicos que os artistas nunca estarão satisfeitos, sempre reclamando, mas tentei aqui demonstrar dados concretos da relevância do teatro e necessidade de verbas mais significativas para as artes cênicas daqui, na Bahia – e não somente verbas, como uma política cultural mais eficiente e consistente, pois editais são apenas a superfície de uma solidificação da cultura de uma nação e de um povo.

Vale ressaltar que numa conferência realizada pela secretaria de cultura do estado, a maior demanda do interior foi por teatro. A Bahia é do tamanho da França, e existem cidades completamente independentes de Salvador, que realizam seu teatro, tem sua autonomia, e estão sendo cada vez mais contempladas pelo governo estadual. Vê-se claramente que fica ainda mais estapafúrdia a quantia destinada e dividida para nosso estado.

Não queremos nada mais do que ser valorizados pelo que temos produzido nas artes cênicas. Seja nos espetáculos, que sempre viajam e voltam premiados de festivais ao redor do país; nos artistas que, a exemplo dos que migraram e estão fazendo sucesso no eixo Rio-São Paulo, demonstram profissionalismo, visão e diálogo com questões contemporâneas do teatro; seja nas nossas faculdades e na nossa pós-graduação, a Bahia tem um potencial e uma produção que vem se profissionalizando e que não pode ser ignorada. E deixo claro que devo ter esquecido alguns detalhes que fortaleceriam ainda mais as necessidades do estado.

Peço, portanto, que reconsiderem seus valores e aproveito para deixar registrado que nós, do Teatro NU, bem como vários artistas e grupos engajados na defesa de nossa profissão, estamos abertos a sentar e discutir de forma democrática, justa e clara nossas necessidades, mesmo que não sendo mais através das câmaras setoriais, projeto abortado que desperdiçou tempo, passagens e reuniões e foi abortado sem explicações.

Cordialmente,

Gil Vicente Tavares
Diretor e dramaturgo, integrante do grupo Teatro NU

17 comentários:

Bemvindo Sequeira disse...

Lembro que a Bahia é pelo menos há trinta anos o terceiro polo de produções artísticas do País, e recebe nada em troca. Abs e boa Sorte. Bemvindo Sequeira

Unknown disse...

Prezado Gil,

Quero manifestar o meu total apoio aos argumentos explanados nesta carta tão bem escrita e pertinente.
Concordo integralmente com as suas colocações e me disponibilizo para manifestar a minha opinião publicamente, onde e quando se fizer necessário. Gostaria inclusive de saber se está acontecendo algum manifesto ou abaixo-assinado para que eu possa participar imediatamente.
Um abraço,

Dino Brasil

Pedro disse...

Gil,
todo o assunto gira em torno de qual Cultura e Lazer queremos para nossa população. Sem espaços que permitam a produção local se apresentar, sem apoio e patrocinadores financeiros e preços elitistas para a maioria das pessoas, é o mesmo que livros caros e mercado que não prestigia seus autores locais e nacionais. Não adianta gestão pública, mesmo sendo eficiente, sem a definição básica do que realmente é importante, é o foco do trabalho, é a missão maior da organização.
Por outro lado, sempre espero que a cada novo shopping center a ser construído, exista uma sala de espetáculos. Que tipo de empresário é esse que não pensa em cultura? QUE PENA!! É sempre uma ótima oportunidade de se diferenciar no mercado e criar uma imagem de empresário pós-contemporâneo, antenado com as artes.
SOMENTE AS ARTES CURAM E ENOBRECEM!!
Abraços,
Beth De Leo

Gideon Rosa disse...

Vicente,
apoio integral às suas observações.Diria ainda que toda essa movimentação da Funarte sempre privilegia os bem situados. Lembra do Prêmio Mambembe distribuído generosamente (eram 60) só para o teatro do eixo Rio-São Paulo com uma festa em cada uma dessas cidades? Esse vício é histórico: ignorar o que é feito nos outros estados. Nós não somos menores e percebemos isso quando conseguirmos furar o cerco e circular no meio deles. Ficamos humilhados com as diferenças de orçamento. Por isso eu sou contra essa movimentação que visa enfraquecer as Leis de Incentivo em âmbito estadual e nacional porque a solução é ficar dependente ainda mais das simpatias dos gestores da política pública de cultura e arte. Melhor corrigir os rumos, os defeitos e ampliar os meios de financiamento porque se depender das migalhas dos editais a arte estará condenada ao exercício pífio do seu ofício.
GIDEON ROSA drt-ba 449

Carlos Nascimento disse...

Caro Gil,

Quero manifestar, como ator, o meu total apoio aos argumentos explanados nesta carta tão bem escrita e pertinente. E, na qualidade de Chefe do Departamento de Fundamentos do Teatro, da Escola de Teatro da UFBa, levarei o assunto ao plenário do departamento para ouvir os meus pares.

Abraços,

Carlos Nascimento

Extracotidiano disse...

A discriminação da Bahia, entre outros estados, na hora de distribuir verbas para a produção artística é histórica. E sempre humilhante...As gritas são necessárias...É bom alardear para quem não sabe ainda que, aqui, há um importante pólo de produção de TEATRO de qualidade.
E merece assim ser reconhecido!
Fátima Barretto - jornalista, atriz e pesquisadora em Artes Cênicas

Anônimo disse...

Oi Gil!
Concordo plenamente com suas observações! Enviei também comentários sobre o edital para a Funarte, e aproveitei para ressaltar a tal retenção de impostos que eles nunca deixam explícito quanto é: 20% de imposto de renda! Ou seja, pelo edital não recebemos R$ 20mil ou R$ 50mil, mas sim R$ 16mil ou R$ 40mil para fazer o espetáculo... O fim da picada...
Beijos,
Veronica
Produtora

Anônimo disse...

Uma falsa democratização da cultura faz a Bahia receber uma bolsa-teatro, apenas,-- subsídio ridículo que limita a criação e é uma forma de censura. A Bahia não é um subúrbio sudestino e sim um pólo gerador de cultura

Pense, logo exista. disse...

Gil,

Fico feliz que finalmente tenha interesse em se manifestar por uma causa da nossa classe artística. Digo finalmente porque antes nunca tinha lido algo escrito por você sobre estes temas. Já até conversamos sobre, mas acho que a escrita tem um poder mais contudente.
Precisamos de mais verbas, precisamos de mais patrocínios, precisamos de mais espaços, precisamos de mais produtores, precisamos de mais ética, precisamos entender e respeitar a diversidade de linguagens e estéticas de nosso estado. São tantas carências...tantos colegas indo embora..tanta gente talentosa aqui sem trabalhar...esquecidos...sem coragem para se manifestar verdadeiramente...sem uma consciência política e cultural.
A classe artística precisa compreender que estamos no século XXI. O diálogo é necessário. Acabou o tempo que só alguns tinham direito de se expressar. Me lembro que isto reflete até na maneira que dirigimos um espetáculo...acabou aquela idéia de que o diretor é o senhor absoluto da concepção de um espetáculo. Vejo tantas sequelas deste período ate hoje em alguns atores que não sabem se organizar e colocar suas idéias de maneira articulada em um papel ou simplesmente no palco. A figura do diretor pai/mãe ainda paira. Precisamos entender que devemos nos tranformar em artistas/produtores para que nossas idealizações sejam concretizadas.

Cristiane Barreto

Arte-educadora e diretora teatral

Unknown disse...

Gil Vicente Tavares,
à sua carta aberta e aos bilhetes escritos até agora acrescento o meu apoio, assino.
Boa sorte no andamento
Maria Sampaio

Raimundo Matos de Leão disse...

Ao Teatro Nu
Jussilene e Gil

A carta de autoria de Gil Vicente é lúcida, pertinente e chega em boa hora. Penso que políticas públicas para a cultara no país, salvo as exceções, são sempre equivocadas. Não há equilíbrio nas proposições e as escolhas são sempre tendenciosas, às vezes populistas e quase sempre destina o melhor cabedal para quem tem e não precisa de incentivo público. Vivi e fiz teatro no eixo Rio-São Paulo. Foi uma experiência das mais positivas para minha vida. No entanto, vejo que tudo gira em torno do que ali se faz. É a força da grana! Quando se pensa em política culturais sejam elas geradas em Brasília, Rio e São Paulo os outros centros produtores de cultura recebem a sua parte, mas só comem da beirada do prato. O bom do rango fica noutras barrigas. Além disso, boa parte dos investimentos que chegam por exemplo para a Bahia são enfiados nos lugares indevidos e ouvimos as justificativas de sempre: o projeto estava enquadrado nos dispositivos da Lei. A grana que podia financiar, e bem, muitos projetos vão animar a festa.Os outros ficam chupando dedo. Penso que devemos encarar a situação despidos de bairrismo, de xenofobia e daquela postura coitadinha. Sua carta serve para abrir a discussão e que ela chegue nos lugares aonde deve chagar. Fazer teatro no Brasil sempre foi uma barra e não deixamos de fazer; com pouco ou sem dinheiro abrimos o pano, mas essa situação não pode se arrastar indefinidamente, mesmo sabendo que que a força da grana muitas vezes determina ação do artista. Deixando de romantismo, precisamos de incentivos distribuidos de maneira criteriosa, atendendo aos projetos que renovam a cena. Vai aí o meu apoio. Caso precise assinar o documento é só avisar.
Raimundo Matos de Leão - DRT 284
SATED - SP.

William A. disse...

Concordo com as idéias, mas não podemos esquecer que o descaso não se passa somente com o teatro, mais sim com toda classe artística.

Um grande abraço e vamos continuar nossa luta diaria pela vida.

Até

William A.
artista plástico
Andaraí Bahia

Anônimo disse...

Isso também está rolando em dança...

Prezados da Dança na Bahia,
não consigo entender a matemática q organiza a distribuição de verbas para o prêmio klauss Vianna (VER MINUTA EM ANEXO- artigo V -da Premiação). os recursos ficam em grande parte na região sul e sudeste. uma inquietude bate frente a esse descompasso... afinal é ou não é um edital de fomento? O campo da Bahia é extenso...só em Salvador, segundo dados levantados a partir dos registros das reuniões, moções e eventos do Fórum de Dança, são: em torno de doze grupos com produção contínua e outros 22 com produções eventuais; em torno de 20 intérpretes criadores (sendo que 30%com produção continuada) e outros tantos q nosso simples levantamento não alcançou; um curso de graduação em dança que coloca anualmente no mercado em torno de 50 profissionais; um de mestrado em dança; um outro curso de mestrado e doutorado em artes cênicas q tb desenvolve pesquisas em dança; dois cursos profissionalizantes; inúmeros cursos livres...
Lúcia Matos, representando a dIMAC, participou de uma reunião na FUNARTE na qual questionou o mesmo ítem. Propõe que agente encha a caixa da FUNARTE com mensagens de indignação. VAMOS CORRER PQ É SÓ ATÉ AMANHÃ!!!
VAMOS NOS PRONUNCIAR ATRAVÉS DO FÓRUM MAS TAMBÉM INDIVIDUALMENTE!
EM ANEXO A MINUTA PARA ANÁLISE.

SUKI.

Anônimo disse...

Gil,
Também concordo em gênero, número e grau com seus posicionamentos. Há anos como fruidora de espetáculos teatrais acompanho o desenvolvimento solitário e até heróico de uma produção cultural que, tanto mais se sofistica menos interesse tem por parte do Deus Mercado. Há 11 anos à frente de um teatro privado, fruto da generosidade de um empresário também fruidor e incentivador das artes cênicas, que julgou estar dando uma grande contribuição ao teatro baiano tendo construído do marco zero um espaço cênico de qualidade para a cidade. Sou testemunha do quanto lutamos para conseguir parceiros para a idéia de manter esta casa - que consumiu em sua montagem todo o dinheiro "livre" que a empresa possuía - permitindo a continuidade de uma ação, com vistas à concretização de sua missão original: entregar à uma cidade produtora de espetáculos de alto nível de qualidade, um espaço à altura. Mas, já de saída, uma ducha de água fria: disseram os outros empresários, "não quero botar meu dinheiro aí e dividir meu marketing com vcs"; disse a Secretaria da Cultura: "quem pariu Mateus que balance". Fizemos projetos culturais e submetemos às leis de incentivo à cultura e fomos rechaçados como vilões que queriam "mais lucro ainda" - quando queríamos a verba suficiente para manter os altos custos que o espaço demanda, evitando ter de cobrar taxas altas dos artistas. Aí veio a era das grandes produções e seus grandes patrocinadores, que não dependiam das bilheterias para fazerem aumentar suas contas bancárias, mas que não estavam dispostas a dividir seus recursos captados com os artistas e com os espaços. E todos disseram amém. Para mim em particular é um grande sofrimento que o Teatro Jorge Amado não possa ser um espaço democrático de acesso de público e de concepções cênicas mais arrojadas porém menos abastadas e tenha sucumbido à necessidade de locar seu espaço para quem possa por ele pagar o valor que permita sua manutenção - em geral espetáculos rendidos às regras do Deus Mercado. E a verdade é que o UEC - média empresa soteropolitana de educação, com resultados financeiros que oscilam perante fatores sazonais, continua heroica e silenciosamente cumprindo sua missão ao bancar economicamente o déficit mensal gerado pela diferença entre sua receita e sua despesa. Desculpe, falo de onde posso falar. Quero dizer que vejo com bons olhos podermos lutar pela ampliação das nossas possibilidades de crescimento, mas que vejo o setor como um conjunto, e que é preciso que todos, artistas, produtores, técnicos, administradores de espaços culturais, nos juntemos para uma metanóia, pelo bem de um BEM que é de todos nós que pensamos a arte e a cultura em sua dimensão plena. Assim, continuo aqui sobrevivendo para ver chegar novo tempo em que seja possível integrar o equipamento cultural ao seu legítimo proprietário.Quero assinar seu manifesto se é este o apoio possível no momento, mas quero mais, quero que possamos ampliar uma discussão que possa nos levar a uma situação de independência até mesmo dos editais público que nos regem como senhores a seus vassalos.
Um abraço,
Fernanda Tourinho

Anônimo disse...

Meu caro,
É uma luta constante fazer teatro nessa terra de meu Deus, vivemos lamentando eternamente pois lamentar é o que nos resta.O artista baiano está desamparado por conta de uma politica cultural
míope desse nosso governo capenga, portanto estamos todos enfermos.
Gritar é sempre bom, é necessário!
Gil foi muito feliz e pertinente em seus argumentos, merece total apoio dos artistas e produtores de boa cepa deste Estado tão maltratado.
Um abraço,
Carlos Betão

Anônimo disse...

A Bahia tem competências artísticas que se comparam a qualquer profissional de qualquer lugar do mundo. Assim como outras capitais brasileiras. O Brasil merece que o Estado democratize DE FATO o seu governo!
Assino o abaixo-assinado,
CRISTINA LEITE DANTAS - ATRIZ E PESQUISADORA EM ARTES CÊNICAS
DRT 1338

Anônimo disse...

Gil,
Agrego a sua carta aberta meu total aval as suas considerações pertinentes,inclusive, aos demais segmentos. Os editais da FUNARTE são, além do mais, confusos e inadequados as reais necessidades de produção, em qualquer segmento, repito. Considero, ainda, serem importantes manifestações abertas como a sua (ou como a minha, a respeito da última edição do Edital Arte Patrimonio, http://oficinadecultura.blogspot.com) pois os editais são instrumentos de transferência de recursos públicos e, portanto, devem ser acompanhados, fiscalizados, auditorados, melhorados e destinados, sempre, com o aval da sociedade.
Siga sua luta, voce não está só.
Conceição Paiva
Produtora