Cara Florence,
Surpreendeu-me a matéria publicada, dia 8 de janeiro de 2010, no Jornal da Metrópole, assinada por sua pessoa. E queria dirimir alguns equívocos escritos por você.
Não faço parte de “lista negra” nenhuma. Quando alguma jornalista da Metrópole me ligou, fiz questão de frisar, veementemente, que desconheço e nem faço parte de nenhuma “lista negra”. Digo “alguma” jornalista, pois você não teria a má-fé de, ouvindo-me, colocar notícia equívoca em sua matéria. Com certeza houve um erro de comunicação grave entre a pessoa que me entrevistou e você. Grave porque vocês estão mexendo com pessoas públicas, questões políticas sérias e, acima de tudo, questões de caráter.
Seria, primeiramente, pretensioso, de minha parte, me julgar importante a tal ponto de pertencer a alguma lista, seja lá do que for. Acresce a essa questão o fato de eu ter tido quatro projetos aprovados na presente gestão; um edital de montagem, um edital de circulação – ambos com a peça Os Javalis –, além do projeto TeatroNUCinema (sim, é NU, e não "no", foi um trocadilho com o nome do meu grupo, Teatro NU) e o projeto Diálogos sobre dramaturgia contemporânea, ambos pelo Fundo de Cultura do Estado da Bahia.
Ressalto o fato de que este mesmo Fundo de Cultura deu um parecer esquizofrênico – como saiu na sua matéria e eu realmente declarei – sobre a segunda edição do TeatroNUCinema. O que me incomodou não foi a reprovação, mas a estupidez do parecer. Mas quem seria esquizofrênico, agora, em se achar perseguido seria eu, tendo tido quatro projetos aprovados neste governo; contra nenhum nos governos anteriores.
Voltando à questão do caráter, sou uma pessoa que deixa suas posições bem claras através de um blog que mantenho junto ao meu site www.teatronu.com e na coluna do site www.noticiacapital.com.br do jornalista Jolivaldo Freitas. Sou crítico deste governo, como serei de todos – “é preciso estar atento e forte” –, mas nunca me envolvi em contendas pessoais. Pelo contrário, tenho amigos no governo e critico o governo pra eles abertamente; o que não me impede de transitar por reuniões e bate-papos informais com pessoas da Secretaria de Cultura. Seria mau-caratismo meu, seria uma postura falsa e cínica me declarar alijado e ser cordial com essas pessoas. Pago caro pela minha sinceridade, inclusive, numa terra de gente falsa e interesseira, onde os conchavos e as trocas de favores e vingancinhas valem mais que a dignidade pessoal.
Para terminar, queria corrigir outro equívoco seu, equívoco que acho estranho para uma jornalista, que tem por profissão a informação. Não sou formado ator pela UFBA para o bem de todos. Formei-me em direção teatral. E nem tampouco fui ator de Vixe Maria, Deus e o Diabo da Bahia. Sou um dos autores na peça, coisa que facilmente se encontra em qualquer site de pesquisa, caso houvesse dúvidas a esse respeito. Vale lembrar também que a mancha no meu currículo que é ter recebido um prêmio, foi um prêmio patrocinado pela COPENE, na época, não pela COPENI, ou pelo COPENI, realmente não conheço essa sigla, então não posso definir seu gênero.
Quase toda entrevista que concedo vem acompanhada de equívocos que me fazem sempre dizer a mim mesmo; “não darei mais entrevistas”. Mas repenso e acho que a opinião pública é um bem importante.
Contanto que a notícia não seja veiculada da forma errada.
GVT.
Um comentário:
adoro sua verve didática.
vc é uma pessoa a quem admiro muito pela sua retidão.
um bj
Fernanda
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