quarta-feira, julho 15, 2009

6.DESRESPEITAR E HUMILHAR ARTISTAS NOS PARECERES DAS COMISSÕES DO FUNDO E FAZCULTURA



Numa política cultural centrada na seleção de projetos através de editais a montagem de uma comissão avaliadora é o ponto capital. Quem são os pareceristas? O que fazem? O que sabem sobre a arte/linguagem em questão? Sobre seu COTIDIANO e ROTINAS? Estas seriam perguntas preliminares até para projetar que tipo de resultado PODE sair de dada comissão.

Apesar de não conhecer até o momento mecanismo mais democrático (sobretudo se compararmos à caixa-preta do governo anterior), não é raro sabermos histórias de abusos cometidos por bancas julgadoras. Isso acontece também naqueles júris montados para Editais ligados a Empresas, nos quais os membros da comissão às vezes são escolhidos de forma não-autônoma, de maneira a se pré-direcionar um tipo de escolha...

Não creio que este seja exatamente o parafuso solto da máquina da Secult. Mas ao saber que 1.717 projetos foram inscritos em 2008, ao contrário dos 147 projetos passados, dá para imaginar o tamanho da encrenca... Cada comissão é formada pelo que? Cinco, três pareceristas? Quantas 'gentes' foram necessárias? Multiplique-se... Onde elas são 'captadas'? São sempre as mesmas? Como são pagas? Quantos projetos cada um avalia? E durante quanto tempo?!

Quem não conhece do riscado não pode apitar um jogo de futebol sob o risco de perguntar "quem é a bola". Em relação à área de teatro, é extremamente desgastante ser chamado para explicar como funciona UM REFLETOR ou explicar como um ensaio PODE ser feito sem o texto-base estar pronto e coisas tais. Para muita gente, aí está o desrespeito.

E ainda se a banca é leiga DE práticas, ela tanto pode fazer perguntas óbvias para quem realmente compreende o traçado, como, mais grave, pode SE CONTENTAR quando ouve um ABSURDO dito com autoridade!

Um comentário:

daniela castro disse...

é exatamente este o ponto! chegad de ignorância! precisamos, como bem diz gil vicene, de gente que entenda do riscado!!!