segunda-feira, abril 06, 2009

Carta ao diretor - Vida Oliveira

Depois de um dia cheio de atividades e de uma sequência incansável de empecilhos, consegui chegar, finalmente, à Saladearte da UFBA, às 8:50, para assistir a “O Urso”, de Tchekhov, dirigido por Gil Vicente e que eu queria muito assistir, visto que já ouvia falar do projeto desde que era apenas um plano, uma idéia.

Ao fim e a cabo, eis que cheguei e a pequena peça já havia começado. Não perdi muito, entendi todo o texto. E este mérito, depois das dificuldades e atrasos, foi, então, minha primeira felicidade. Mais calma por finalmente ter chegado, pude me dar ao luxo de outras felicidades; dentre elas, uma das melhores foi ver que o cinema estava lotado e lotado por muitas pessoas que estavam ali apenas para ver o espetáculo, pois saíram antes de começar o filme, como eu.

Fiquei feliz, também, em ver Gil rindo do próprio espetáculo, porque isso significava que as coisas iam bem. E de fato iam, era perceptível. Fiquei contente, também, em ver a energia com que o publico riu e /ou aplaudiu, mais ainda, fiquei feliz de ser publico, em rir e em poder aplaudir, sem cessar.

Gil passou seu jeito minucioso e perfeccionista em todos os aspectos (trabalho de ator, aspectos técnicos e todos os outros que se possa imaginar). Havia bons atores e, enfim, muita qualidade no que se apresentava.

Ver tudo isso me fez pensar que ainda existem bons teatros com texto, que ainda existem bons atores, bons diretores e, por mais que se diga o contrário, ainda vale à pena se montar clássicos.

Por mais que quase não houvesse pessoas da Escola de Teatro, tenho certeza de que as gargalhadas de Harildo valiam mais do que várias outras presenças - que não foram porque não quiseram e não sabem o que perderam.

Fora isso, os aplausos do publico falam melhor que qualquer crítico.

Especificamente a você, Gil Vicente, dou os meus amigos e sinceros parabéns. Espero que todos estes bons resultados te mostrem que vale à pena lutar pelo teatro, por mais que, muitas vezes, você se sinta cansado e desmotivado. Continue fazendo teatro, Gil, porque é de ídolos como você que eu preciso.

E que venham novos sucessos! Assistirei e aplaudirei a todos eles, meu querido.
Vida Oliveira

Nenhum comentário: